sábado, 13 de fevereiro de 2016

Acidente


acidente 
substantivo masculino
1. Casualidade não essencial.
2. Sucesso imprevisto.
3. Indisposição repentina que priva de sentido ou de movimento.
4. Irregularidade do terrenoquebraondulaçãofragosidade.
5. [Gramática Flexão.
6. [Música Sinal gráfico que precede uma nota na pauta e que modifica a sua altura (ex.: existem cinco acidentessustenidoduplo sustenidobemolduplo bemol e bequadro).
7. [Teologia Figuracorsabor e cheiro que fica do pão e do vinho após a sua consagração. (Mais usado no plural.)

Por coincidência hoje faz cinco anos da situação que vou relatar. Ter um acidente de ambulância quando se vai para o hospital é um daquele caprichos do destino que parece guardado para os outros. Estávamos a 13 de Fevereiro, era domingo e chovia, A minha situação em casa, após cerca de quinze dias de alta, estava agora insustentável, na virilha um enorme hematoma, estado febril, incómodo e fragilidade. Os bombeiros vieram-me buscar a meio da manhã para regressar a S. Marta, para onde o Dr RS me mandara ir. Como sempre telefonava, mesmo ao domingo e ele atendia e dava uma indicação sobre que fazer. Uma disponibilidade que era muito necessária. Partimos pela auto estrada, de novo o mesmo trajecto para mais um internamento. A moral parecia em baixo, após tantos meses, regressar outra vez ao lugar onde a minha espera desespera. O trajecto sempre me pareceu estar a ser feito de forma um pouco descuidada, para o estado do tempo. A ambulância que me transportava, onde viajava na maca, com os cintos de segurança bem apertados. Aproximava-nos de Lisboa, passava do meio dia, e a ponte 25 de Abril já se via. Entrámos na ponte após passar as portagens, pela faixa central cujo piso é em rede, por isso mais escorregadiço, apenas que apercebo que o condutor perdeu o controlo do carro, este bate violentamente no separador central vira para a direita, bate na protecção lateral da ponte, balouça, o meu corpo mantém-se apertado com o cinto, mas este dá-me um violente aperto no peito, a bombeira que me acompanhava agarra-se, e a ambulância acaba por parar virado no sentido inverso, e sem ter tocado em qualquer outra viatura, pois o trânsito era escasso, era domingo. Toda a gente sai, o transito fica cortado, aprece a policia, e a ambulância já não sai do seu lugar pelo seu pé, ou nas suas rodas. É preciso chamar outra ambulância que vem de Almada, entretanto retiram-me na maca e fico no tabuleiro, à chuva, esperando a nova ambulância que não tarda a chegar. Ninguém ficou ferido, mas eu fiquei magoado, afinal, vim a saber depois, fracturei uma vértebra que me doeu durante semanas, e nada foi afectado na sotura do transplante, que estava ainda fresca e dolorosa. Quando se começa um caminha parece não faltar quem lhe queira pôr pedras !