sexta-feira, 3 de junho de 2016

Desaparecer


Não sei se o mesmo sucede com outros transplantados de outros orgãos, penso que sim, mas por aqui de vez em quando os poucos transplantados de coração (cerca de 50 por ano, dos quais uma vintena em S.Marta ) desaparecem, isto é entregam a alma ao criador. Alguns já vi desaparecer, quase sempre associados a comportamentos nem sempre de acordo com os parâmetros do "livro cor de rosa", a brochura que nos é  oferecida após o transplante. Assim temos por aí comportamentos de risco que não são abandonados, medicamentos que só são tomados porque a "mulher" lhes toma conta, ou pouco cuidado na ida a locais que recomendam proteção com máscara. Mas também há os outros, poucos, que nunca chegam verdadeiramente a "levantar cabeça". Tenho um caso de morte recente em que tudo aconteceu. Durante os três ou quatro anos de transplante de coração a sua casa era mais S.Marta. Infeções bacterianas permanentes, edemas, perda de andar, pois as pernas não aguentavam o peso do corpo, depois glaucoma, cegueira, e por fim problemas digestivos que acabaram por conduzir a morte prematura. Assim perdi um amigo, amizades  de hospital claro. Mas esta é a exceção. A regra são os maus exemplos, Não são tudo rosas,. mas há muitos espinhos que podemos evitar.

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