terça-feira, 17 de abril de 2012

Revelação


revelação
(latim revelatio, -onis)

1. .Ato ou efeito de revelar ou de revelar-se.
2. Coisa que é revelada.
3. Denúncia necessária.
4. Base de todas as religiões monoteístas.
5. Religião revelada.
6. [Figurado]  Inspiração; conhecimento súbito.
7. [Fotografia]  Ação de revelar uma película sensível, um negativo ou uma cópia fotográfica.
8. [Fotografia]  Negativo ou cópia fotográfica revelada.

s. f.


Em urgência fiz os exames em falta. O electrocardiograma revelava de novo arritmias e o ecocardiograma revelava com toda a evidência o que tinha sucedido meses antes durante o passeio de bicicleta, um enfaarte do miocárdio, agravado pelo facto de não ter havido qualquer intervenção médica, o que teria provocado "isquémias", isto é, parte do músculo cardíaco do ventríqulo esquerdo estava "morto" a sua morte provocou a dilatação já detectada, esta induziu uma insuficiência mitral, isto é, a válvula mitral não fechava totalmente, provocando assim uma temida insuficiência cardíaca. O sangue ficava em parte retido no ventríqulo, e a eficácia do coração era menor, com impacto na circulação sanguínea.
Após os exames, consegui para o mesmo dia uma consulta de cardiologia, com a Drª MJ, que viria a ter um papel determinante  nos anos seguintes no acompanhamento do evoluir da situação. Esta ao analisar e avaliar a situação, optou pelo internamento imediato no Hospital de Beja, para mais exame, diagnóstico, e para decidir o que fazer. Na realidade fui internado três dias mais tarde, a 8 de março de 2007.
Revelava-se agora tudo o que parecia andar escondido durante meses e meses, e a situação parecia ser preocupante, pela cara que a médica fez, e pela sua preocupação comigo, dando-me de imediato seu número de telemóvel pessoal, "just in case", e que muito útil me foi nos anos seguintes, aquando das "crises".
Faltava agora saber a verdadeira dimensão do problema, pois não havia que esquecer que o enfarte é causado por algo, no caso a obstrução das coronárias, que irrigam o músculo cardíaco, e essa situação não estava ainda devidamente diagnosticada ou "medida", para se saber qual a verdaeira dimensão do problema. Só o internamento iria criar condições para o total esclarecimento do problema. Era para mim uma situação estranha e nova. Jamais tinha estado internada num hospital, poucas vezes lá tinha ido, mesmo em visitas a outras pessoas, era um mundo pouco conhecido para mim, e que alimentava em mim uma grande desconfiança. Tive de aprender a confiar nos médicos, coisa que não sucedia, a confiar no SNS, que afinal funcionava bem melhor do que jamais pensara. Com estas "revelações" agora a saltar do coração para a cabeça e desta para o coração, regressei a casa, aguardando telefonema da DrªMJ, para internamento pois na altura não havia vaga, avisando disso a médica de família, através da qual tinha chegado ao contacto da cardiologista, do evoluir da situação e da eminência do internamento. Nada ainda era claro, na altura uma voz dizia-me que nada de grave sucederia, e o meu optimismo mantinha-se, desvalorizando a situaçãoe dando-me sempre uma grande confiança. Aliás a serenidade e a tranquilidade com que a cardiologista me deu as notícias, apesar de serem más, deixou-me tranquilo, e uma imagem forte de que estava em boas mãos. E estava mesmo !!!

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