quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Casa


casa
(latim casa, -ae, cabana, casebre)
s. f.
1. Nome genérico de todas as construções destinadas a habitação.
2. Construção destinada a uma unidade de habitação, geralmente unifamiliar, por oposição a apartamento. = MORADIA, VIVENDA
3. Cada uma das divisões de uma habitação. = CÓMODO.CÔMODO, COMPARTIMENTO, DEPENDÊNCIA
4. Local de habitação. = DOMICÍLIO, LAR, MORADA, RESIDÊNCIA
5. Anexo a um edifício.
6. [Náutica]   [Náutica]  Compartimento destinado a máquinas ou equipamento especial (ex.: casa das máquinas).
7. Conjunto de pessoas da família ou de pessoas que habitam a mesma morada.
8. Conjunto de despesas com a habitação.
9. Estabelecimento comercial ou industrial (ex.: casa de chá, casa de fados, casa de hóspedes, casa de saúde). = EMPRESA, FIRMA
10. Lotação de um estabelecimento comercial, geralmente de diversão ou espetáculo (ex.: casa cheia).
11. Local ou instalação que se considera pertença de algo ou alguém (ex.: equipa.equipe da casa; jogar em casa).
12. Designação dada a algumas repartições ou instituições, públicas ou privadas (ex.: Casa da Moeda; Casa dos Açores).
13. Conjunto de pessoas que trabalham diretamente um chefe de estado (ex.: casa civil).
14. Família pertencente à nobreza ou à realeza (ex.: casa de Bragança).
15. Cada uma das divisões resultantes da interseção de linhas em tabela, tabuleiro, tabuada, mapa, etc.
16. Escaninho do tabuleiro do gamão.
17. Posição respectiva dos algarismos.
18. Abertura onde entra um botão de roupa. = BOTOEIRA
19. Número arredondado aproximado (ex.: ele anda na casa dos 40).
20. Posição de um algarismo em relação aos outros que compõem um número (ex.: casa das unidades, casa das centenas, casa decimal).
21. [Encadernação]   [Encadernação]  O mesmo que entrenervo.
 
 
Os primeiros dias de regresso a casa, em Fevereiro de 2011, deram origem a reações contraditórias. Claro que me sentia muito bem, finalmente livre das maiores dificuldades que alguma vez sentira na vida. Livre do quarto, da enfermaria, daquela cama onde morria aos poucos, na espera. No entanto a adaptação era dificil, e a minha autonomia reduzida, apesar dos esforços da MA para minimizar os problemas, trazendo as melhores soluções.
A cama teve de levar uma almofada para levantar os pés, devido ao edema, não tinha cadeira ou sofá onde me sentisse bem, o banho era complicado, embora se tivesse colocado pegas e um banco de apoio na banheira. Havia em mim uma tendência para replicar em casa os modos de funcionamento do hospital, que no caso funcionavam como referência. Movia-me com dificuldade, agarrado às paredes, as refeições não sabia bem como as fazer, as regras de higiene e limpeza causavam-me atrapalhação, pois muitas vezes não sabia bem como fazer, não tendo ainda autonomia para me deslocar no exterior, além disso havia chuva e frio, receando alguma constipação; tinha medo e tudo me assustava ou causava dúvidas. A MA fazia as compras, coisa que eu sabia que detestava, a comida, e tratava de mim. Mas via-se bem que tal era um peso, um sacrifício, ao dar~lhe estas "tarefas domésticas" que detestava, assim sentia-me mal também por isso. Demorei algum tempo a encontrar um equilíbrio, mais adequado; entretanto do Centro de Saúde obtinha todo o apoio de que necessitava, vinham fazer pensos, nas pernas, fisioterapia, para dar continuidade ao que iniciara no hospital.
A minha mobilidade evoluía pouco devido ao inchaço das pernas e pés, e as dores lombares e na coluna, que se tornavam cada vez mais duras. De noite tinha de me lavantar muitas vezes para o WC, com as dificuldades inerentes à minha mobilidade. Cheguei a ter saudades do urinol do hospital...
Os primeiros tempos foram dificeis; entretanto começava a rotina do acompanhamento em S.Marta, que de inicio era semanal. Ía num transporte dos Bombeiros, que me custava os olhos da cara. Levantava-me de madrugada, e ía a Lisboa, regressando no final da tarde. Cada viagem podia custar entre 120 e 150 euros, todas as semanas.
Habituei-me bem á medicação, reservara uma mesa apenas com esse fim, onde dispunha de mais de duas dezenas de medicamentos, ampolas, gases, pensos e outro material sobretudo para controlo da diabetes. Entretanto ocupava o tempo a ler, escrever, no computador ou na televisão. A rotina começava cedo, pois pelas 8h00 já tinha medicamentos a tomar, e deitava-me cedo, pelas 21h00 já estava estafado, e precisava de repouso. Por vezes deitava-me de tarde, para aliviar as pernas, aproveitando para retirar as meias elásticas, que me tinham sido prescritas, mas que muito me incomodavam.
Pouco a pouco recuperava as forças, a voz, espaço de manobra, e ía-me libertando da doença, e convivendo com o meu novo coração que se portava bem ao que se ía sabendo.

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