quinta-feira, 17 de maio de 2012

Dúvida



dúvida
(derivação regressiva de duvidar)
 s. f.


1. Falta de convencimento.
2. Dificuldade em acreditar.
3. Suspeita.
4. Receio.
5. Objeção.
6. Ponto não decidido ou que se trata de resolver.
7. Crença vacilante.
8. .Ceticismo.
9. [Brasil]   Questão, disputa.

 
Novo regresso a casa, alguns "retoques" na medicação, e a esperança de que aquela noite não se voltaria a repetir. Tinha sido muito traumatizante para mim e sobretudo para a MA, para quem tudo o que se passou jamais saiu da memória. Para mim, que não "assisti" a nada, tinha ficado o  ruído do medidor de tensão, e cada vez que o utilizaei nos meses seguintes, e ainda hoje, me recordo daquela noite, das inúmreras vezes em que o utilizei, e da expectativa de ver o valor das pulsações a baixar. Foi um grande susto, o pânico que se instalou, e a dúvida acerca da real possibilidade de melhoria, ou da sustentabilidade dessa melhoria no tempo. Talvez algo devesse ser feito, que ainda não tinha sido até àquele momento.

A sensação de estar em suspenso, de algo acontecer, e desse algo ser grave, até fatal, era permanente. Não sabia, e pelos vistos os médicos também não, qual a margem de manobra que existia para, "mexendo" nos medicamentos apenas, provocar melhorias efectivas. Para já, e em concreto, nada mais se equacionava. Havia que esperar, aguardar decisões, cerrar os dentes contra o "medo".

Entretanto continuava a ser seguido em consulta privada pela Drº MJ. Via-se que  também a minha evolução a preocupava e que, procurava ser capaz de me fazer propostas de terapias que pudessem minorar os riscos. De momento essas propostas só poderiam passar pela adaptação da medicação da medicação. daí, e dado que após a mais recente alta, os sintomas de arritmia permaneciam, ter aconselhado novo internamento, agora no Hospital de Beja, onde voltei na segunda quinzena de Março de 2008, um ano após o meu primeiro internamento em Beja. O objectivo era submeter-me a novos exames, testar várias dosagens de medicamentos afim de constatar qual seria a melhor terapia, dado que os medicamentos tinham impacto contraditório nos diversos parâmetros , pelo que a gestão dos equilibrios era fundamental.
Assim se fez.

Mais uma semana e tal, novos exames, e uma proposta de terapia que, finalmente, se manteve inalterada durante bastante tempo, cerca de dois anos. Após este internamento, abrandaram os sintomas de arritmia, deixaram de me preocupar as palpitações, e as coisas começaram-se a compôr. Talvez as dúvidas se começassem a clarificar, a tranquilidade regressassse, e o medo se atenuasse.

Continuava a ser seguido pela Drª MJ, pela consulta de arritmologia e pela médica de familia, para além daquilo a que eu chamava o "cusco", isto é, o aparelho de telemetria que na minha mesa de cabeceira me "seguia os passos", mantendo o meu CDI sob controlo, e transmitindo a S. Marta toda a informação do meu desempenho cardíaco. Durante cerca de dois anos este acompanhamento que me deu finalmente alguma tranquilidade e , excepto em situações muito pontuais, me deixou livre, e com alguma qualidade de vida. Entretanto a vida continuava !

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