domingo, 27 de maio de 2012

Dia


dia
(latim dies, -ei)   s.m.

1. Período de tempo que vai desde a meia-noite até à meia-noite seguinte (dia civil)
2. Período de 24 horas compreendido do meio-dia até ao meio-dia seguinte (dia astronómico.astronômico), ou do pôr do sol ao pôr do sol seguinte (dia israelita).
3. Unidade de tempo com a duração de 24 horas.
4. Período de tempo entre o levantar de uma pessoa e a entrada da noite.
5. Período de tempo em que o Sol está no horizonte.
6. Claridade do dia.
7. Circunstância ou momento oportuno. = OCASIÃO, VEZ
8. Tempo atual. ATUALIDADE = , MOMENTO, PRESENTE


Há um dia em que a quantidade se transforma em qualidade, isto é, a mudança dá-se, um salto qualitativo de estado para outro e , finalmente, tudo muda. Após várias ameaças, sintomas ligeiros, modificações imperceptíveis, embora sempre controladas, um dia as coisas modificam-se e somos alinhados para uma nova realidade, e para uma nova solução. Nada fazia prever mas esse dia chegou nos finais de Junho de 2010. Já há alguns dias se notava alguma actividade arritmica, embora sem um impacto significativo. Nesse dia acordei de manhã e ao levantar-me da cama uma forte tontura quase me projectou de novo para a cama. Foi no entanto ultrapassada sem consequências de maior, e seria apenas mais uma situação. Feitas as actividades que habitualmente se fazem de manhã, higiene pessoal, vestir, etc, saimos para um pequeno almoço fora, neste caso em Lagoa, num café aonde íamos com muita frequência, o Helydoce, e onde nos propunhamos tomar o pequeno almoço.

Sentámo-nos e pedimos o habitual. Fomos servidos e comecei a comer o pão com manteiga e a "meia de  leite". A mesma tontura, agora bem mais forte, mais rápida, e a imediata perda de consciência. Caí no chão, embora sem ter a noção disso. Acordei alguns minutos mais tarde, toda a gente de volta de mim, muita aflição, e muito chamamento, como era habitual nas situações passadas dois anos antes.
Saí para o exterior, muito débil, enquano a MA fazia os telefonemas da praxe.  O 118, a Drº MJ, a Drª AM, sendo que o INEM demorou algum tempo a chegar. Entretanto o CDI tinha cumprido o seu papel, e eu já tinha sido reanimado por ele e estava acordado embora combalido. As pessoas não entendiam nada do que se tinha passado, mas comigo as coisas já estavam bem, embora a sensação geral fosse de grande indisposição. Dizem que estas situações têm réplicas, mas no caso não as houve.

Entretanto chega a ambulância do INEM, com dois bombeiros, algo inexperientes. Não havia reanimação a fazer, aapenas por precaução me deveriam tansportar a alguma unidade hospitalar. Após fazerem as mais variadas perguntas, quase todas disparatadas, pois havia um questionário a preencher, acabaram por receber ordens para me transportar para o Centro de Saúde de Albufeira. Ainda quis resistir, uma vez que não ía para o Hospital de Portimão, melhor seria ir para casa, mas não, ordens são ordens, e lá fui a toda a velocidade para esse local. Mais uma vez de carro, a MA seguiu-nos para ver onde me iam deixar.

Quando cheguei ao Centr de Saúde de Albufeira, já a DrªMJ tnha telefonado para lá e tinha dado todas as indicações relativas ao "meu caso", apresentando o doente e a sua patologia. Aí já não houve dúvidas quanto ao que havia a fazer. O Centro era novo e muito bem equioado, com internamento, caso necessário. Atendido por uma médica, monitorizou o meu estado clínico, colocou-me a soro, e mandou-me para uma cama descansar. Seriam 10 horas e lá me mantive até cerca das 14 horas, quando me deram alta. Voltei para casa com a MA e tudo parecia agora já estar bem. Já estava um pouco esquecido destes episódios, pois há mais de dois anos que nada de relevante acontecia.

Pensei que seria mais um episódio e que mais dois anos se passariam em branco. Estava enganado, desta vez já não seria assim. Sem o saber ainda, estávamos no princípio do fim, e só mesmo o transplante, que seria feito seis meses mais tarde me poderia salver de uma morte certa. A cardiomiopatia ventricular dilatada, ía degradar-se, a insuficiência cardíaca aumentava. As paredes tinham começado a desabar e eu ainda não sabia.

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