transplante
(derivação regressiva de transplantar)
(derivação regressiva de transplantar)
1. [Cirurgia ] Operação que consiste na transferência de um tecido, órgão ou parte dele para outra parte do corpo do mesmo indivíduo ou para outro indivíduo (ex.: transplante de medula óssea). = TRANSPLANTAÇÃO
2. [Cirurgia ] Fragmento de tecido ou órgão que se transplanta.
Sinónimo Geral: ENXERTO
1. Arrancar de um lugar para plantar noutro em outro .
2. [Cirurgia ] Transferir tecido, órgão ou parte dele para outra parte do corpo do mesmo indivíduo ou para outro indivíduo. = ENXERTAR
3. [Por extensão] Fazer passar ou passar de uma região para outra.
4. [Figurado] Traduzir; trasladar.
Nada sei do meu transplante cardíaco. A partir do momento do apagão, tudo se passou ao lado, dentro de mim, comigo, mas sem de nada me aperceber. Entrei pelas 19h e acordei pelas 8h da manhã segunte, entubado, ventilado, com muitos fios e tubos a sair do corpo, ligados a gigantes máquinas que emitiam sons estranhos, bips, alarmes. A dor geral impedia-me de mexer o corpo, e o tubo no nariz e boca incomodava. Já tinha passado por isto aquando do meu by-pass triplo há 3 anos.
De resto foi uma noite descansada, maior do que o habitual; soube pelos enfermeiros que a cirurgia se iniciou pelas 21 h e terminara próximo das 2h da manã, já era segunda feira. Tinha sido rápido, para o que eu previa. ,Soube porque me disseram. De resto tinha consultado na internet, e no que fui lendo. O coração do dador permanece com o seus sinais vitais, a corrente sanguínea é desviada, e, à medida que se retira o orgão danificado, o meu, se vai introduzindo no espaço livre o coração do dador, . Nem sei se é assim. Depois é fixar as diversas artérias e veias que entram e saem do orgão, e repôr a circulação com o orgão a bater. É como se um sopro de vida se comunicasse, como se a vida que definitivamente se escapou do dador, se mantivesse concentrada naquele pedaço de músculo, e eu tivesse sido contagiado por ela. Um milagre operado por aqueles homens e mulheres que tocam a vida e com as suas mãos a transferem de um corpo para outro, de um que morreu para outro que quase morre. Aqui apenas um sinal de morte que cria e mantém a vida no outro. Sentimos, pensamos, somos capazes de racionalizar, mas operou-se um "milagre", a mão do homem foi a executora das decisões de Deus. Não houve sofrimento, dor, pânico, medo, mas apenas a serenidade de mais uma noite dormida. Tudo afinal tinha corrido como sempre esperara. Sem surpresas ou imprevistos.
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